A CNFTTN, localiza-se em Torres Novas, uma cidade no centro de Portugal. Implantada na área limítrofe da cidade, junto ao Rio Almonda, e decorrente da sua importância e significado para a cidade, tem merecido o olhar atento de vários setores, não havendo, contudo, nenhum trabalho de investigação sobre o seu espólio remanescente.
A sua criação deveu-se à vontade de vários comerciantes de Lisboa quererem ter acesso às fazendas necessárias para as suas próprias lojas, e principalmente a um capitalista da região, Romão da Silva Sales, que, em 1836, após a Revolução de Setembro, funda a Fábrica da Fiação e Tecidos e é apartir desta que é criada a Companhia Nacional de Fiação e Tecidos de Torres Novas, aprovada por alvará régio de D. Maria II a 2 de Outubro de 1845, com 167 accionistas. Fundada a 2 de Outubro de 1845, sendo já em 1881, situada em 12º lugar na lista das 50 maiores empresas da indústria transformadora portuguesa, integrando então 403 trabalhadores.
A CNFTTN como vários autores o consideram, foi um dos grandes responsáveis pelo desenvolvimento industrial nos finais do séc. XIX e inícios do séc. XX, o que demonstra a sua importância na região. No entanto, nos seus 166 anos de existência (1845-2011), existiram altos e baixos. Podemos considerar que a fábrica teve quatro períodos. O primeiro de 1845 a 1873 em que presenciamos a fundação da fábrica e sua estagnação. O segundo de 1873 a 1934 o qual é marcado por grandes reformas, frutos da Assembleia Geral Extraordinária de 3 de setembro de 1873. O terceiro de 1934 a 1987 anos de grande expansão da fábrica, em muito devido a Jacques Bensaude e a Henrique Syder. O quarto, e último, período é assinalado pelo declínio da fábrica e a sua consequente extinção em 2011, após 166 anos de existência, vendendo então o seu património.